Meu Cantinho

segunda-feira, novembro 02, 2009

Analisando o texto da Marta Kohl

Após leitura realizada do texto "Jovens e dultos com sujeitos de conhecimento e aprendizagem", de Marta Kohl a Educação de Jovens e Adultos (EJA), na minha opinião, caracteriza-se como uma proposta pedagógica flexível que considera as diferenças individuais e os conhecimentos informais dos alunos, adquiridos a partir das vivências diárias e no mundo do trabalho. É uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura, enquanto a sua metodologia, duração e própria estrutura.
O indivíduo adulto, já traz a sua experiência de vida e dessa forma há uma mudança daquilo que vai ser ensinado, para torná-lo significativo e atrativo para que o mesmo continue em sala de aula.
O adulto para EJA, não é aquele sujeito concursado, nem um estudante universitário, o qual está à procura de aperfeiçoar profissionalmente seus conhecimentos, muito menos aquele com uma escolaridade regular. São geralmente homens e mulheres desempregados, trabalhadores em busca de uma melhor condição de vida, uma boa moradia e que lutam para superar suas condições precárias, no qual estão nas raízes do analfabetismo.
Sabe-se que jovens e adultos são basicamente não-crianças, os quais devem ser tratados sem desprezo, até porque os mesmos já trazem consigo uma história de vida não muito boa.
O professor deve estar preparado para trabalhar com cada tipo de vida inserida na sala de aula. Além de uma boa interação professor-aluno, a qual vai contribuir no processo ensino-aprendizado para o próprio crescimento do educando e do educador em proporcionar meios que venham ajudar no desenvolvimento do aluno no meio escolar.
Talvez esta seja uma das maiores dificuldades encontradas pelos professores, pois precisam desenvolver novas ferramentas de ensino a todo momento tornando-os mais atrativos. Como convencer uma pessoa que acorda muito cedo, trabalha oito horas por dia, muitas vezes em uma função insalubre, dificuldade de locomoção a permanecer em sala de aula e acreditar que isso melhorará sua vida?
Formar alunos que possuem uma trajetória normal de ensino é muito diferente do aluno que por motivos sociais, culturais e econômicos, foram excluídos da sala de aula durante muito tempo. Porém, trazem consigo, uma bagagem de informações que muitas vezes acabam facilitando o aprendizado pois interagem melhor com o professor dando exemplos de vida.
Acredito que o pensamento do jovem adulto esteja focado na dificuldade de desenvolvimento de sua vida presente e a vontade de melhorar sua condição social, buscando uma alternativa de um futuro melhor para si e para sua família, melhorando sua linguagem e imagem perante a sociedade.
Vejamos o trecho relatado por Marta Kohl: “...é importante mencionar ainda que a exclusão da escola coloca os alunos em situação de desconforto pessoal em razão de aspectos de natureza mais afetiva, mas que podem também influenciar a aprendizagem. Os alunos têm vergonha de freqüentar a escola depois de adultos e muitas vezes pensam que serão os únicos adultos em classes de crianças, sentindo-se por isso humilhados e tornando-se inseguros quanto a sua própria capacidade para aprender.” Eis mais um aspecto que deve ser levado em consideração quando se fala em EJA. A questão da empatia do professor com o aluno jovem nessas ocasiões deve ser tratada com muito carinho e importância pois trata-se de pessoas afetadas moralmente, não por seu desejo mas por uma imposição de vida. É um momento de resgate moral e pessoal desse aluno, tarefa dedicada claro ao educador.
Sendo assim, é função do EJA dar cobertura aos trabalhadores de uma classe social menos favorecida economicamente e politicamente . A reentrada no sistema educacional daqueles que tiveram uma interrupção forçada deve ser saudada como reparação corretiva, ainda que tardia, possibilitando aos indivíduos novas oportunidades no meio social, com uma vida digna de conhecimento escolar.


Referencial Teórico:

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez.1999, n. 12, p.
59-73.

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1 Comments:

Blogger Simone said...

Olá Ana Paula!
Aproveitei o feriado e vim aqui te visitar. Vi que também aproveitaste para atualizar teu blog com uma postagem sobre a EJA.
Trabalhar com educação de jovens e adultos parece ser um grande desafio. São alunos que tem muito a aprender, mas também muito a nos ensinar. É importante que o professor valorize os conhecimentos de seus alunos e ajude-os a descobrir tantos outros, respeitando e valorizando suas especificidades.
Já estamos no mês de novembro, nos aproximando do final do semestre, continua trazendo tuas reflexões, aprendizagens e percepções sobre as interdisciplinas.
Um abraço, Simone - Tutora sede

11:01 AM  

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